Mix TV: Histórias infantis e o desenvolvimento da psique
Os vídeos abaixo são de uma entrevista que concedi sobre a influência dos contos de fada na formação da psique.
Fui entrevistado pelo jornalista Pedro Pontes, do programa universitário Mix Notícias, da Mix TV, em julho deste ano. Mas só agora consegui recuperar as imagens para postá-las aqui.
Outras Ondas* – Crianças divinas
O termo foi criado em meados da década de 80 pela sensitiva e parapsicóloga americana Nancy Ann Tappe, e ganhou popularidade nos últimos anos graças à adesão do conceito por doutrinadores espiritualistas. Nancy escolheu o índigo para denominá-los pois, segundo ela, essa é a cor que emana da aura dos meninos. Uma cor até então rara, mas que vem se tornando bastante popular. Ela sugere que será deles o futuro: a nova geração, encarregada pela manutenção do planeta, maltratado pela ação do homem.
Tais crianças seriam, na verdade, a encarnação de espíritos evoluídos, vindos de outras dimensões com esse propósito salvador. Chegam aos milhões todos os anos: ela acredita que 95% dos nascidos nos últimos 20 anos têm o índigo refletido na aura. Alguns foram pioneiros e já estariam em ação: o presidente americano Barack Obama seria o mais célebre dos índigos reconhecidos por Nancy. Eles também seriam responsáveis pela criação das redes sociais que tanto marcam esse início de século 21.
O legado dos índigo está sempre associado ao desenvolvimento de grandes propósitos. São grandes facilitadores de processos, exploram tudo com criatividade e simplicidade, trazem no discurso uma franqueza desconcertante. Podem ser classificados como hiperativos ou rebeldes. A intensidade os define, o que faz com que nem sempre sejam recebidos com facilidade pelos demais. Podem apresentar dificuldades comportamentais, quando não sentem nos demais a afinidade com seus propósitos. Muitas vezes, preferem brincar sozinhos ou com adultos – sem muita paciência com os meninos da mesma idade. Além disso, questionam dogmas e regras que não lhe parecem naturais – são reis daquelas perguntinhas capazes de desconstruir a imagem de superioridade forjada pelos adultos em eventos sociais. São sui generis.
O respeito à individualidade, que deveria ser um pressuposto a todos, torna-se indispensável para a compreensão dos índigo. É consenso entre os que creem na existência dessa geração que é preciso dar atenção especial às demandas apresentadas por essas crianças. Ouvi-las para entender o que se passa em seu íntimo. O médium Divaldo Pereira Franco, autor de A Nova Geração: A visão Espírita sobre as crianças índigo e cristal (Ed. Leal) salienta que as aptidões naturais das crianças índigo precisam ter o amparo dos adultos, e não a repressão, para que elas se tornem indivíduos propensos a contribuir com a humanidade.
Independentemente de qualquer classificação espiritual, é notório que as crianças de hoje são bem diferentes das gerações que as antecederam. Acompanham, simplesmente, um mundo acelerado por tantas transformações, construídas e ansiadas por nós próprios. A adequação para esse novo padrão de comportamento exige esforço: da escola, da sociedade e principalmente dos pais. Cabe a todos nós buscar formas de atualização (no discurso e na prática) para lidar com aqueles que nos sucederão. Sem esquecer que, antes de tudo, é preciso compreendê-los.
* A coluna Outras Ondas é publicada aos domingos no blog da Revista do Correio: www.correiobraziliense.com.br