Self

Outras Ondas: O que é meu e o que está em mim

Não tenho o costume de reler meus textos, tempos depois. E tenho uma razão muito clara para isso: na maioria das vezes, bate um estranhamento de não entender como as palavras surgiram, se encadearam, ganharam asas e deixaram de ser minhas. Desconheço e aprendo com coisas que eu mesmo escrevi, como se me fossem alheias.Talvez o engano comece por aí: é bem possível que elas nunca tenham sido minhas. Não falo aqui de plágios ou mediunismos, mas sim da força dos afetos: quando nos chegam, eles nos invadem com ideias e imagens das mais diversas ordens. Laboriosamente, tento enquadrá-las em cinquenta e poucas linhas, nem sempre retas, nem sempre belamente sinuosas.

Mas qualquer palavra sempre me soa insuficiente. Isso porque os afetos estão aí para serem sentidos, e não definidos. Inclusive, um dos maiores desafios que percebo, em mim e em quem a mim recorre, é a capacidade de diferenciar as emoções. Separar carinho, respeito, companheirismo e amor. Separar raiva, inveja, mágoa, decepção. Na maioria das vezes, os afetos nos surgem encadeados. Difícil é saber quem é que puxa a fila, mobilizando os demais ao seu serviço.

Saber quem é quem é importante para que não sejamos injustos, conosco e com aquilo que está fora de nós. Na indiferenciação, quando colocamos diversos afetos em grandes cestos, corremos o grande risco de exaltarmos aquilo que não merece nossa atenção; ou de dispensarmos algo que, apesar de estar “em más companhias”, poderia ser útil para a nossa progressão. Por um lado, os afetos nos expõem a riscos. Entretanto, sem eles vivemos a apatia de quem é expectador da própria trajetória, sem encarnar na própria vida.

Afetos têm, por característica, o poder de modificar nossas emoções, impressões e pensamentos. Condicionam os gestos, nos mobilizam a uma compreensão altamente subjetiva da realidade. Chegam-nos quando querem e não necessariamente quando evocados – são como deuses, que se apresentam de forma arrebatadora, mas que não se deixam conduzir pelas vontades da consciência. Agitam nossos espíritos, conjurando-lhes vontades, e nem sempre se mostrando de frente. Quase sempre, só nos atentamos às consequências por eles geradas quando nos abandonam, ou cessam.

Os afetos não são meus, nem seus, nem de ninguém. Assim sendo, não podem ser razão de orgulho ou vergonha, de cassação ou de promoção. São simplesmente dignos de respeito, acato e reverência. Não devemos afrontar os afetos, sob a pena de sermos penalizados por eles – até o mais benevolente dos deuses é irascível quando ignorado ou menosprezado. Todo afeto tem a sua importância e necessidade, e nos cabe aprender a hora, o local e a companhia para vivenciá-lo. Precisam ser cultivados, em vez de cativados: quando conciliados com os afetos, podemos aproveitar deles e fazê-los presentes sem que nos surpreendam – tanto. Esse é o caminho da saúde, em seu conceito mais amplo: físico, emocional, mental e espiritual.

Nem sempre busco esse ou aquele afeto para conduzir meus escritos. Mas é meio mágico: logo que começo, algum se aproxima mais. Não entendo, nem procuro entender, o que eles vieram fazer aqui, nesse exato momento. Mas fico atento a perceber quais as transformações que propiciam. Em mim, nos outros, no mundo. Sinto que o dever foi cumprido quando promovem essa remexida, seja quando o leitor concorda ou quando ele discorda das minhas ideias. Minhas, que nada! Das ideias que me atravessam, que me inquietam, que me levam ao desconforto e à necessidade de falar o que precisa ser dito, de fazer o que precisa ser feito.

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Bethânia, cantora que admiro profundamente, soube sintetizar a força dos afetos quando nos atravessam. Compartilho com vocês.

Outras Ondas – Quando a hora se faz

O mundo é grande, o sol nasceu para todos. Em tese, todos temos potenciais e limitações. Assim sendo, poderíamos pensar que as oportunidades de realização são distribuídas de forma igualitária. E, ao que parece, verdadeiramente são. No entanto, enquanto algumas pessoas deslancham, outras permanecem estagnadas, tropeçando nos próprios pés. Algo parece separar a humanidade a partir das chances que a vida oferece.

O estigma do oportunista está associado a uma postura de excessivo egoísmo – quando alguém não mede esforços para se beneficiar ou se autoafirmar, em detrimento da liberdade e do bem estar alheio. Acho que as coisas não são bem assim. É bem verdade que “aproveitar as oportunidades” pode ser a desculpa ideal para o egoísta se realizar. Mas saber buscar e validar oportunidades não corresponde a um traço distorcido na personalidade. É justamente o contrário: desde Darwin, sabemos que sobrevivem os mais adaptáveis à própria realidade. E muito disso passa pela capacidade de enxergar saídas antes dos demais.

Muitas vezes, a falta de oportunidades é a queixa habitual para abrigar nossa inércia. E, no fundo, todos queremos uma vida suave, prazerosa e farta de boas histórias para contar – de preferência, que nos cheguem de forma gratuita, nos deixem ilesos e não atrapalhem nossos velhos costumes. Para esses, a vida sempre parece dura. Isso por pedir ação, e não reação. Oportunidades dependem de empenho. E só com empenho, dedicação e entrega que conseguimos determinar diretrizes mais sólidas para nosso destino. A perspicácia, invejada pelos ditos ingênuos, é um exercício de exposição ao risco. Como tal, desenvolve-se quando praticada.

Se não nos deparamos com a providência, devemos nos perguntar como está o olhar sobre nossos propósitos. É bem provável que a falta de perspectivas ajude a emperrar a conjectura do momento: quando estamos esvaziados de sentido, qualquer saída parece insuficiente ou inatingível. O sentimento de inadequação desmotiva para qualquer esforço. E ele é apoiado pela ausência de determinações. Precisamos deliberar sobre a própria vida, do pequeno para o grande, para que a realidade se transforme. Os efeitos desse esforço costumam ser rápidos e gratificantes: é como um veículo que, quando engrena e pega velocidade, requer apenas a perícia da administração. E, é claro, o olhar atento para perceber os melhores caminhos a percorrer – ou seja, as próximas oportunidades que devo aproveitar.

Concordo que nem todo resultado aparece no tempo em que determinamos como o ideal. Estaríamos prontos para o resultado, para o desapego da vida atual? Nossos problemas, e a ausência de alternativas para resolvê-los, estão para a âncora que o pescador usa para aportar: oferecem a estabilidade na realidade (afinal, todos precisam de problemas que validem sua existência), mas não permitem que ele se beneficie das riquezas que só se manifestam mar adentro. Impedem assim o livre fluxo para demais possibilidades. O oceano é imenso, mas é necessário ter disposição e coragem para encará-lo. Em suma, quando desejamos uma mudança, também é preciso querer se desacostumar com o que se é.

Uma boa oportunidade se faz de um diálogo pescado na fila do banco, de um telefone anotado numa contracapa de um livro, do contato com o velho amigo, de um programa de televisão que assistimos de forma descompromissada. Mas principalmente das dificuldades que o mundo (?) nos impõe. Ao olhar de perto, podemos perceber que cada problema nada mais é que a chance oferecida para uma reforma interior, para um maior comprometimento com a própria história. Conscientes disso, entendemos que a melhor hora é agora, que meu tempo é hoje e que este é o melhor lugar para ser feliz.

Outras Ondas: Vida padrão-IBGE

 

Institutos de estatística servem para ler a realidade de uma nação, de um povo, de um segmento social. Dão a noção de predominância de casamentos, de religiosidade, da relação trabalho e remuneração. Apontam para o ponto médio da população: quantos anos estudamos ao longo da vida, quantos filhos temos e com qual idade, no que aplicamos nosso salário, o peso estimado para a altura. E, a partir desses números, são geradas políticas públicas, bases eleitorais, curvas de crescimento ou de decréscimo.

No entanto, muitas pessoas transformam a própria vida numa comparação entre diversos parâmetros estatísticos. É uma gente que sofre por não conseguir se enquadrar no padrão-IBGE. Acham que estão atrasadas demais, ou adiantadas demais, no curso natural da vida. Entendem que há um momento certo, um quê de normalidade que precisa ser resguardada. E nisso perdem toda a espontaneidade do ser o que se é. Estão fora do padrão, e sofrem com isso.

Os limites entre o normal e o anormal pautam a filosofia, e não é de hoje. De Platão à Elisa Lucinda, passando por Foucault, questionamo-nos sobre os benefícios e malefícios da rotina. A busca desmedida pela aceitação nos leva a crer num padrão de razoabilidade dos nossos atos, pensamentos e sentimentos. Mas, muitas vezes, sangramos diversas possibilidades de aproximação da felicidade, em nome de um tal “o esperado” – tememos tudo que é espontâneo ou exasperado, tudo que nos destaque de forma única. E, posteriormente, nos queixamos da mediocridade do ser: ressentidos por sermos “mais um no mundo”, encontramos valores do lado de fora e o esvaziamento do lado de dentro.

Jung nos ensina que, para que o homem se sinta realizado diante de sua meta existencial, ele precisa entrar em contato com o âmago da própria essência. É o que ele definiu como processo de individuação. O passar da vida nos permite perceber, e ressaltar, cada nuance de nossa personalidade. As potências afloram, em qualidades ou em defeitos, e aprendemos a lidar com elas de uma forma genuína. Tornamo-nos cada vez mais particulares, individuais. E aprendemos qual a nossa função no mundo, qual legado deixaremos aos demais. A partir de então, a necessidade de pertencimento a grupos restritos cessa: entendemos que todos pertencem a um todo, de forma orgânica e funcional.

Sob essa óptica, o progresso está diretamente vinculado à necessidade de aceitação do que somos. Não de uma forma estanque, com a crença em uma sina que engessa nossos passos (o que oportuna e ironicamente chamo de filosofia-de-Gabriela: eu nasci assim, eu cresci assim, sou mesmo assim, vou ser sempre assim…). Tudo o que temos de características pode nos servir ou nos escravizar, a depender do uso que se dê.

Quando não me encaixo nessa ou naquela estatística, tenho algumas alternativas a escolher. A vitimização leva a assumir a limitação, mas condiciona a visão a só enxergar a si e ao mundo a partir da falta.  A revolta, que nos prende à contrariedade e à frustração de não sermos o que queríamos ser – pode chegar ao limite de querer combater quem é o que não somos. A transformação é o ideal, mas nem sempre é possível, visto que nem sempre estamos aptos e em condições de mudar a realidade de forma imediatista. A aceitação soa como algo mais razoável: nos exige buscar a plasticidade necessária para viver e conviver com aquilo que somos.

Os limites das tabelas nos oferecem uma falsa ilusão de normalidade, o que dá acolhida e alívio. A normose, quando a obsessão por ser normal desencadeia uma neurose, é a doença mais agressiva da civilização: ela se traveste de saúde, infiltra-se nos nossos pensamentos como uma necessidade, e dificilmente é diagnosticada como um mal. É autolimitante, vazia de sentido e superficial.

Submeter-se a julgamentos estatísticos ou dos nossos “formadores de opinião” (família, amigos, sociedade etc.) é como fixar um teto muito baixo diante de uma alma que quer continuar crescendo. O que precisa ficar é que esses parâmetros servem apenas como referência de amostragem para quem gosta ou precisa contabilizar e padronizar feitos. É coisa de indústria em larga escala de produção. E nossa alma é artesanal, por natureza. Tanto que a individuação é sempre considerada um processo: ou seja, não há individuados, e sim individuandos. Ser normal é seguro, mas importante mesmo é ser especial. E, para isso, a fórmula é simples: ser leal a si.

Outras Ondas: O bem dos outros

Desde pequenininhos, recebemos como uma instrução sumária: pense no outro, cuide do outro, trate o outro como gostaria de ser tratado. Tudo bom, tudo bem. Daí crescemos sob esta crença, sem perceber que “o bem dos outros” pode ser uma das armas mais perigosas que podemos ter nas mãos. Obviamente, não me oponho à ideia de compaixão, de solidariedade e ou empatia. O “bem” a que me refiro é aquele que é praticado acima de qualquer coisa, custando o amor próprio. Nem todo o bem que pensamos fazer pelo outro é necessariamente o melhor para todos.

A novela das nove nos dá um exemplo claro disso. Nina, de Avenida Brasil, está lotada de boas intenções quando resolve vingar Tufão de todos os males que a ele foram reservados. Mas, para desempenhar essa saga heroica, a paga é alta: comprometer a própria felicidade, e a de pessoas que a amam, em nome desse “bem” que deseja fazer. Gera um débito difícil de ser recuperado.

Não é tão diferente na vida real. Diversas pessoas transformam em algo que está fora de si o dínamo da própria felicidade. O marido, o trabalho, os filhos… Tudo merece a atenção, o silêncio resignado, a dedicação extremada. Confundem tudo isso com provas de amor – o que, convenhamos, não é a realidade. Quem já se comprometeu com a educação de outro ser sabe que uma das missões mais dolorosas é permitir que o outro enfrente o erro, sem almofadas psíquicas para protegê-lo do desconforto inerente ao crescimento. Até porque a nossa experiência, a mais sábia mestra, nos ensina que os tropeços nos ensinam a caminhar com mais estabilidade. E que, por mais que escutemos conselhos e determinações dos mais vividos, o que verdadeiramente marca nossa trajetória são as escolhas que fazemos, em seus acertos e erros.

Dessa forma, quando alguém se atravessa no caminho do outro com a missão de impedir-lhe o sofrimento não está sendo nada altruísta. É justamente o contrário: esse pode ser o mais nítido sinal de egoísmo. Afinal, por que uns tem o direito de aprender com os próprios erros, enquanto outros não podem, sequer, ter a chance de errar? A verdadeira ajuda só aparece quando é pedida, suscitada, e não quando é oferecida. Aguardar a demanda do outro é um grande sinal de humildade: quem sou para me julgar alguém mais habilitado que o outro para resolver-lhe seus problemas? Estará ele pronto, disponível e em busca de ajuda?

Nossa bondade não é medida em relação ao que somos com os outros, e sim consigo. O mandamento máximo do cristianismo diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus, 22, 39). Contradizemos o ensinamento colocando o “próximo” diante do “ti mesmo”, tendo nele o referencial de bem estar e progressão. Enquanto isso, nossos anseios e necessidades agonizam diante de tantas tarefas – muitas vezes, praticadas em nome de uma reciprocidade que não chega. E nem nunca chegará, ao menos na mesma medida em que se espera. A falta dessa contrapartida nos inspira a crer em uma ingratidão ou desdém, diante de nossa abnegação e desprendimento. Que bem é esse que só fazemos em nome de uma resposta?

Distorcido, o “bem ao próximo” se transforma no nosso maior mal, despertando-nos infinitos venenos: a mesquinharia, a cobrança desnecessária, a rivalidade, a autopiedade, a revanche, o isolamento… Cultivamos tais sentimentos quando ignoramos que o outro será sempre o outro: fora de você, imbuído com o próprio crescimento, com a própria história. Coexistimos, coparticipamos, cooperamos. Mas temos de manter a salvaguarda da independência e do comprometimento com nossa individualidade. Pois somente ela poderá nos propiciar a verdadeira recompensa: saber que cumprimos a nossa missão de servir ao próximo, sem, contudo, termos nos transformado em serviçais. Mantemos assim o grato respeito, por si e pelo outro.

Outras Ondas – Só e em boa companhia


Ia começar a escrever um texto sobre a solidão quando, coincidentemente, me deparo com uma frase atribuída a Frida Kahlo, postada em uma rede social. “Pinto a mim mesma porque sou o assunto que conheço melhor.” Nada mais pertinente ao tema que vou abordar. Pelo personagem, pela justificativa, pela rede social. Virou chavão dizer que vivemos num mundo segregacionista, com pessoas que preferem o isolamento, numa vida tão cheia de tarefas que dificulta a interação. Por outro lado, nunca estivemos tão conectados (ou linkados, para termos uma analogia mais precisa). Afinal, estamos sós, bem ou mal acompanhados?

O isolamento é uma necessidade que se manifesta em diferentes momentos da vida, e com diferentes finalidades. Muitas pessoas usam a solidão para evitar que se revelem. Acreditam que, o desnudar da alma diante de alguém é sinal de vulnerabilidade. O outro pode lhe subtrair as chances da felicidade. Perdem, assim, a possibilidade de entender que a insegurança que ali se manifesta permeia a todos – em maior ou menor grau, em um ou múltiplos campos da vida.

A solidão também pode servir para que pensemos no futuro, ou para que reconheçamos as falhas do passado. Ensimesmados no erro, ou nas expectativas de uma vida ideal, tornamo-nos a nossa pior companhia. Deixamos de tocar na vida real, enquanto dialogamos com vozes e mais vozes que brotam, para nos condenar ou iludir. Nesse “não ata nem desata”, pouco percebemos que o tempo se esvai – e, junto com ele, a chance de efetivar o que verdadeiramente interessa: o sentido da existência.

No extremo oposto está o medo dessas mesmas falas que, de tão incisivas, nos impõem a necessidade de fugir a qualquer custo da solidão. Fugimos da nossa própria companhia, por julgá-la insuficiente ou perigosa. Dissimulamos isso com conversas torpes ou inócuas, que nada acrescentam. Geralmente, não há dificuldade para que encontremos parcerias que simplesmente nos distraiam, sem muito acrescentar, já que muitos sofrem do mesmo problema. A insegurança, os medos e fragilidades são embalados em uma capa de falso otimismo, assepsia e firmeza, somente para enevoar a percepção do outro. Perdemos, assim, a chance de estabelecer um vínculo leal de intimidade e reciprocidade. Ganhamos uma companhia, mas permanecemos sozinhos – e, curiosamente, nos sentimos mais tranquilos assim.

Um novo termo tem sido usado para falar do bem estar que pode ser alcançado quando estamos sós: a solitude. A palavra surge para diferenciar o estado de espírito daquele sentido na solidão – associado a um quê de melancolia, coisa ruim de sentir. A autossuficiência utópica, que por vezes tentamos alcançar, só nos afasta de um dos traços inerentes à condição humana: somos seres tão gregários que, culturalmente, temos por hábito sepultar nossos mortos – dependemos do outro até mesmo quando a vida se encerra.

No silêncio da solidão (ou da solitude, que seja), temos a grande chance de reparar nossas feridas – no duplo sentido da palavra: primeiro, de observação, e segundo, de cuidado e cura. Quando sozinhos conseguimos deixar cessar os ruídos impertinentes, finalmente, ouvimos a voz da alma, aceitamos nossas potências e, com elas, encontramos a solução para problemas até então intransponíveis. Recolher-se é dar chance para que a natureza se manifeste em sua forma mais plena. A exuberância das cores de Frida reflete uma alma forte, intensa e atribulada, que ela aprendeu a conhecer e acatar. Algo que ela só pode reconhecer no isolado movimento da produção artística. E você, com que tintas se pintaria?


nivas gallo